20 de dezembro de 2012

Historietas de fantasma - O Fantasma do quintal





A noite estava calma quando Pedro dormia. De repente um barulho vindo do lado de fora  o acordou, ele esfregou os olhos e foi até a janela. Olhou para fora e o que ele viu o deixou de cabelos arrepiados.

Pedro viu uma coisa branca que sacudia lentamente os braços sob a fraca luz da lua, enquanto deslizava lentamente em direção ao jardim. Pedro ficou apavorado.

- É um fantasma!!!, pensou ele, tremendo como vara verde. Fez um extraordinário esforço para se controlar e, reunindo sua coragem, resolveu lutar contra a assombração terrível.

Pé ante pé, para não alarmar o fantasma, ele se esgueirou até onde estava a sua espingarda. Agarrou-a e do mesmo jeito que foi, voltou à janela. Apontou a espingarda para a coisa branca esvoaçante e começou a atirar furiosamente nela como se estivesse possuído.

- Pois bem. - disse ele para si mesmo. - Se não matei essa coisa mal-assombrada pelo menos lhe dei um bom susto. Tanto que ele até perdeu a vontade de voar.

E pensando assim deu meia volta e voltou a dormir com a consciência de quem tinha cumprido seu dever.

Quando Pedro se levantou na manhã seguinte, sua mulher já estava preparando o café.

- Ô Pedro, você ficou doido foi? Perguntou ela quando o viu. - Onde já se viu atirar um montão de vezes na camisola limpinha da minha mãe que eu tinha acabado de colocar no varal.

- Ah, era a camisola da sua mãe...

- Claro que era, você pensou que fosse o que seu desmiolado. Já  pensou se ela estivesse andando pelo quintal com a camisola...

Pedro deu uma gargalhada e pensou com seus botões... "Eu não tenho tanta sorte assim!"



Fim

7 de abril de 2012

Acidente pode atrasar a Páscoa

Vejam essas imagens impressionantes e fortes.


E a fila para ocupar o cargo vago é imensa e tem muita concorrência desleal.


Feliz Páscoa a todos!

23 de janeiro de 2012

Historietas de fantasmas: A mala do sótão


Douglas passou três meses de férias no litoral na casa de seus avós maternos. De volta à sua cidade ao descer do ônibus na rodoviária Douglas foi abraçado pela mãe que lhe falou admirada: – Puxa meu filho, como você cresceu! – E está parecendo um camarão vermelho desse jeito. – Disse o pai dando-lhe um leve puxão na orelha. – Ele de ter passado as férias inteiras tomando sol. – Disse a mãe sorrindo. Quando se dirigiam para o estacionamento o pai de Douglas lhe disse: – Adivinhe a surpresa que nós temos para você. – É um cachorro? – Perguntou o menino que adorava bichos. – Bem – disse o pai enquanto abria o carro. – Se conseguirmos comprar a casa você poderá ter um cachorro. E terá até um lugar para construir uma cabana, ou eu poderei mandar fazer uma piscina no quintal para você tomar sol. – Oba! Vamos nos mudar? – Sim. – Disse o pai. – Queremos comprar a casa do Sr. Whitemann. – Aquela casa esquisita! – Exclamou Douglas já desanimando. Enquanto rodavam pelas ruas da pequena cidade, iam conversando. A mãe de Douglas logo ponderou: – Bem, é verdade que a casa é velha e precisa de uma boa reforma, mas será formidável morar naquela mansão depois de viver tanto tempo na nossa casinha de quatro cômodos. – Sim – disse Douglas todo murcho. – Mas tinha que ser numa mansão mal-assombrada? Depois de algum tempo haviam chegado à velha casa. Esta tinha realmente uma aparecia estranha, era um sobrado de três andares maltratado pelo tempo e pela falta de pintura. E ainda por cima as árvores em volta da casa davam a ela um ar de casa de filme de terror. “Deve estar cheio de morcego aí dentro”, pensou Douglas olhando para a folhagem das árvores. Saltaram do carro e empurraram o velho portão de ferro que dava para a entrada principal. O portão abriu com um rangido tão forte que parecia que ele nunca tivesse sido aberto. Apertaram a campainha. Douglas sentiu um arrepio com o som que ela fez. “Esta casa parece um ninho de bruxas”, disse o menino para si mesmo. Finalmente a porta se abriu e apareceu a cabeça do velho Whitemann. – Viemos ver a casa, Sr. Whitemann. – Disse o pai de Douglas. – Estou ocupado agora... – Resmungou o velho carrancudo e soturno. – Vamos ver a casa bem depressa – prometeu a mãe de Douglas. – Vai cair uma tremenda tempestade e queremos voltar antes que ela desabe. “A tempestade ou a casa” – pesou Douglas, mas ficou quieto. O Sr. Whitemann abriu a porta com má vontade: – Então entrem, entrem... A casa estava tão escura que não se enxergava nem um palmo diante do nariz. Quando a vista de Douglas foi se acostumando com a penumbra, ele distinguiu umas formas brancas pelos cantos da sala. –“O que seriam?” – pensou ele arrepiado. Aos poucos viu que eram apenas poltronas cobertas com panos. A casa tinha um cheiro tão forte de mofo e estava tão cheia de poeira que Douglas espirrou, duas vezes. “Vai ver”, pensou ele com seus botões, “que o velho Whitemann não abre as janela com medo de pegar um resfriado”. Depois de tropeçar no tapete e quase cair, o pai de Douglas perguntou se poderiam acender as luzes. – Onde já se viu acender luz durante o dia? – Retrucou o velho. Percorreram os quartos da casa conduzidos pelo velho, que ia à frente resmungando. Quando chegou à sala de jantar Douglas notou uma coisa estranha: algo fora escondido debaixo da toalha da mesa, deixando um montinho esquisito. Decididamente Douglas não gostava daquela casa e estava louco para se ver longe dali. Quando a visita estava finalmente chegando ao fim seu pai que era um apaixonado por armas parou diante de uma grande estante que estava repleta de armas antigas, eram facas, punhais, pistolas e coisas desse tipo. – Mas que bela coleção Sr. Whitemann! Exclamou o pai de Douglas entusiasmado. – Não é? – disse o velho. – Saiba que elas ainda estão em perfeito estado. Essas facas me são de grande utilidade. – Falou o Sr. Whitemann com uma risada meio sarcástica. Douglas sentiu novamente um calafrio lhe percorrer a espinha. – Além disso – continuou o Sr. Whitemann – cada uma delas tem uma história. Por exemplo aquela adaga ali de cima... – Aquela que está com a lâmina enferrujada? Perguntou Douglas. O velho deu novamente a risada sarcástica e disse: – Que ferrugem que nada rapaz. Aquilo é sangue... E sangue de gente! – De... de quem? Falou Douglas engolindo seco. – O velho não respondeu e foi subindo as escadas para mostrar o segundo andar. Douglas começou a pensar no que diziam do Sr. Whitemann na cidade. Uns achavam que ele nunca saía de casa porque tinha algo a esconder ali dentro. Outros resmungavam contra a cara sempre fechada do velho. “Aquela rabugice é para espantar os curiosos”, diziam. No segundo andar, Douglas parou diante de uma porta. Abriu-a silenciosamente e viu uma escada que dava para o terceiro andar. Começou a subir quando foi surpreendido por uma voz atrás de si. – Onde é que você pensa que vai, garoto? – perguntou o velho Sr. Whitemann. – Vou... vou... eu vou subir– gaguejou Douglas. – De jeito nenhum, lá em cima fica o sótão e ele está cheio de poeira e quinquilharias, só isso. Não há nada prá se ver lá. – Oh, por favor, deixa ele ir – pediu a mãe de Douglas – ele já deve estar amolado com todos esses detalhes sobre a casa. Pelo menos assim ele não fica com essa cara emburrada atrás da gente. – Tudo bem, pode ir – disse o velho contrariado – mas, não mexa em nada heim! Douglas subiu a escada rapidamente. O sótão estava escuro, a luz entrava somente através de duas pequenas janelas, o assoalho rangia a cada passo que ele dava. Lá dentro havia uma infinidade de bugiganga: malas, caixas, livros entre outras coisas, até uma estátua sem cabeça. O menino foi até uma das janelinhas e espiou para fora. Escurecia aos poucos e o vento começava a soprar forte. – É, vem uma bruta tempestade por aí. – falou Douglas. Foi nesse momento que ele reparou em uma enorme arca que estava em um canto. Esta tinha um aspecto estranho, envelhecido pelo tempo. “O que será que tem dentro dela?” – Pensou Douglas. Resolveu abri-la. Quando finalmente conseguiu levou um susto que o deixou de cabelos em pé. A arca estava cheia de ossos! E pelo tamanho não eram ossos de animais. Douglas estremeceu. O que teria feio o velho Whitemann com o dono daqueles ossos? A escuridão aumentou tanto que quase não se enxergava o que havia ao redor. “Será que nessas malas estão guardadas outras ossadas?” Pensou Douglas. Foi até uma e com alguma dificuldade abriu o fecho. A princípio só viu um pano enrolado em alguma coisa. Douglas puxou a ponta do pano e deu um pulo para trás. De dentro do pano rolou o crânio de um esqueleto humano. As órbitas vazias fixaram Douglas que quase desmaiou de susto. Douglas saiu correndo em direção à porta, mas uma rajada de vento bateu-a com força antes que ele a alcançasse. A escuridão no sótão agora era total. Tateando, o menino achou a maçaneta, tentou abrir a porta e não conseguiu. Parado diante da porta trancada Douglas sentiu o suor molhar sua testa, teria sido mesmo o vento que fechou a porta, ou foi alguém? Talvez o próprio Sr. Whitemann! Douglas precisava sair dali, precisava avisar seus pais que o velho era na verdade um assassino que trancava suas vítimas em malas até restar somente os ossos. Deu alguns pontapés na porta, esmurrou, gritou, mas tudo isso foi em vão. Lá fora os trovões e a ventania faziam tanto barulho que seus pais nunca o escutariam. Der repente Douglas ouviu um grito e a voz era de sua mãe! Será que o velho já tinha capturado os dois? Precisava sair dali de qualquer maneira! Abriu uma das janelas do sótão e olhou para baixo, viu uma pequena saliência, se espremeu pela janela e saltou para a saliência. A chuva e o vento o fustigavam. Agarrou-se aos grossos galhos da árvore que ficava próxima da casa e desceu como um macaco até o segundo andar. “Tomara que não seja tarde”, pensava Douglas. Arrastou-se por outro galho e acesso à uma janela olhando para dentro o menino espantado viu sua mãe e seu pai sentados junto à lareira conversando, não havia nem traço do Sr. Whitemann. Douglas bateu na janela. – Eh! Deixem-me entrar! Eles vieram até onde ele estava e seu pai o puxou para dentro, boquiaberto. – Por que cargas d’água você está aí? – perguntou-lhe o pai irritado com o perigo que o filho correra. – Por causa do grito da mamãe. Eu vim salvá-la – respondeu Douglas orgulhoso. – Não foi nada, sua mãe pensou ter visto uma barata. – Você sabe que eu morro de medo de barata. – disse a mãe de Douglas – além disso eu fico nervosa com tempestades. – Ah, foi só isso? Exclamou Douglas. – Eu pensei... eu pensei... Mas Douglas tinha que falar para os pais sobre suas descobertas no sótão. Baixando a voz, disse para seu pai: – Temos que sair logo desta casa. – Claro, assim que a tempestade passar – concordou o pai. – Não! Tem que ser já – disse Douglas, nervoso. Você precisa ir á polícia e contar que este homem é um assassino. – apontou para o Sr. Whitemann que entrara na sala. – Ele mata as pessoas, tranca-as em malas que esconde no sótão, eu vi tudo. – Está maluco menino? Retrucou sua mãe. Mas Douglas não arredou pé de suas acusações – Maluco nada! O sótão está cheio de malas com ossos humanos tem até um esqueleto completo dentro de uma arca. Esse velho deve ter assassinado um monte de gente, provavelmente com aquela faca suja de sangue! O pai de Douglas interrompeu o relato com energia. – Chega Douglas! Peça desculpa agora mesmo para o Sr. Whitemann! Para a surpresa de Douglas o velho ria às gargalhadas. – Esse menino tem tanta imaginação quanto meu filho tinha nessa idade. – Falou o Sr. Whitemann. – Sua avó deve ter deixado você ver televisão de mais Douglas. – Disse o pai de Douglas. – Mas pai, eu vi os ossos. – Realmente – disse o velho. – Meu sótão está cheio de ossos. – E de quem são? – Perguntou Douglas. – São do meu filho. Douglas que estava se acalmando voltou a se alterar. – Viu só, ele matou o filho e escondeu os ossos no sótão. – Douglas você está nos envergonhando. – Disse sua mãe. – Então me diga uma coisa Sr. Whitemann. – Inquiriu Douglas como se fosse um investigador policial. – Onde está seu filho? Já faz um bom tempo que o senhor mora sozinho nesta casa. O velho se sentou no sofá e falou, meu filho está morando na Califórnia, ele é médico cirurgião, aqueles ossos são do tempo que ele estudava medicina. Eu estou me mudando para a casa dele. É por isso que estou vendendo esta mansão. Os ossos estão nas malas porque eu vou doar para a universidade. Eu vivo tão metido com meus pensamentos que me esqueço dessas coisas. Envergonhado. Douglas pediu desculpas para o Sr. Whitemann. Depois virando-se para os pais e disse: – Puxa vida! Também vocês não me contam nada! – Em compensação, Douglas, quantas emoções você teria perdido, não é? Todos riram. Lá fora a tempestade já havia passado.