8 de novembro de 2009

Minha história continuação.

Como disse anteriormente, eu nasci uma semana antes do homem chegar à lua no dia 14 de julho, aliás, esse dia ficou marcado na história por causa da queda da Bastilha em 1789 dando início à Revolução Francesa por isso esse dia é tido como feriado nacional francês.
Mas voltando à minha história com apenas três meses de idade eu já tinha quase falecido pela primeira vez, digo pela primeira vez porque foram três vezes que quase fui desta para uma melhor (nessa época a morte matava muita gente), eu lembro de meus pais contando que me entregaram ao Dr. Francisco Pereira Lopes já sem esperança de me verem vivo novamente, mas depois de duas cirurgias (eu tinha só três meses de vida) eu estava salvo e de volta à casa onde eu viveria feliz até os cinco anos – que foi quando eu quase morri pela segunda vez – havia um surto de Toxoplasmose na casa dos meus avós (eu morava nos fundos do terreno na casa que meu pai construiu) minha avó contraiu, minha mãe, meu tio Osmir e eu. Mas não foi por causa da Toxoplasmoseque eu quase morri, foi por causa do tratamento dela, eu explico, para tratar essa doença eles enchiam o doente de Sulfa, em uma dose tão cavalar que em mim resultou em Hepatite Medicamentosa e foi por causa dela que eu quase morro.
Me lembro vagamente que eu ficava isolado de quarentena na casa dos meus pais e tudo o que eu usava, roupas, toalhas, lençóis, talheres, pratos, copos, tudo era somente para o meu uso e de mais ninguém, não recebia visitas de ninguém. A única criatura que me fazia companhia era um gato que foi vítima da minha hepatite e morreu.
Mas eu sobrevivi e como brinde e também por usar tanto antibiótico fiquei um bom tempo sem pegar se quer uma gripe ou resfriado.
Agora a terceira vez que quase morro eu vou contar em outra ocasião quando eu for escrever sobre as coisas estúpidas que eu fiz.
Retomando então minha infância na casa dos meus avós vou contar um fato que acontecia e que até hoje minha mãe conta e ri muito.
Meu avô José como eu já disse era filhos de espanhóis, e era um homem severo com todos não importando se era a minha avó, meu pai ou meus tios... e muito menos eu. Ele trabalhava Companhia Paulista que mais tarde se chamaria FEPASA, na época que o meu avô trabalhava lá o trem ainda era a famosa Maria Fumaça.
Pois bem vamos ao causo. Diz minha mãe que eu me sentava no colo de meu avô (eu me lembro muito vagamente mesmo) e meu avô ficava conversando comigo, e eu o chamava de você (eu devia ter três ou quatro anos) e o meu avô me corrigia: - Você não! Senhor!
E eu falava: - Sim senhor, mas, logo em seguia o chamava de você novamente e novamente vinha a reprimenda: - Você não! Senhor!
E ficava nisso, eu lembro que o meu avô me dava medo. Eu não me lembro muito, pois ele faleceu pouco tempo depois (ele não tinha sequer 50 anos) de Cirrose, pois ele bebia muito.
Outra passagem que me marcou foi meus bisavós maternos, a dona Tomasina e o senhor Pasqualino, como eu já disse eles eram italianos da região da Calábria.
Diz minha mãe que meu bisavô veio para o Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial, deixando na Itália uma fazenda onde, com os irmãos, ele cultivava azeitonas. Resultado: chegou aqui com uma mão na frente e a outra atrás, com minha bisavó e três filhos.
Mas o que me marcou foram as visitas que minha mãe fazia a eles, que moravam na vila Néri perto da Fábrica de Tapetes São Carlos.
A casa ficava num terreno grande (talvez quando se é criança tudo pareça grande) onde estavam construídas as casas dos meus bisavós e mais duas casas que eram das tias da minha mãe, então minhas tias-avós.
Já nessa época (quase 35 anos atrás) minha bisavó estava completamente cega e meu bisavô ia ficando surdo. Quer dizer que a comunicação entre eles não ia muito bem. Meu bisavô era pequenino, frágil e minha bisavó era uma matrona típica grandalhona, só falava italiano (e falava alto). E com a cegueira quem pagava o pato era o coitado do Pasqualino que apanhava quase a toda hora.
Um tempo depois meu bisavô faleceu, minha bisavó também foi ficando doente de cama, e as minhas visitas foram ficando cada vez mais raras, até que minha bisa também faleceu e eu não pus mais os pés lá na casa da vila Néri, meus primos de segundo grau ainda moram lá até hoje.
E assim vai indo mais um pouco das minhas memórias.
Logo eu volto a contar mais. 

Um comentário:

Ivoninha disse...

Oi Agnaldo! Conheço o Dr. Francisco Pereira Lopes, pois ele foi médico de minha avó Maru. Quando mocinho ele e seu irmão Luiz e minha mãe (que também nasceu em 14 de julho) foram amigos. Que coincidência, legal mesmo... Bjs Ivone