25 de julho de 2010

O outro lado do espelho - 6

Carolina enxuga as lágrimas com as mãos e fala para si mesma: - Então foi assim que vim parar nesse mundo, E agora já não posso mais voltar, mas, ainda posso me casar com Augusto, É claro que posso. A única coisa que está me impedindo é Valerie. Ela é fria, sem coração, e Augusto não a conhece direito, não assim como eu. Aposto que se conhecesse não se casaria com ela. E assim ele ficaria livre para se casar comigo, Ou então... se Valerie desaparecesse, quem sabe? As pessoas às vezes desaparecem, ficam esquecidas em um canto qualquer da memória. Augusto será meu, só meu!
Canta feliz: - "Vinham pela estrada um casal de braço dado, Caminhando sorridentes pela vida afora. Passaram por uma moça esperando namorado, Ela estava triste, mas tristeza aqui não mora... "
Valerie aparece de repente - Vejo que você está feliz.
Carolina fala distraída - É, sabe, eu descobri uma coisa...
- O que é?
Carolina rindo diz: - É que você não existe.
- Até que enfim! Pensei que você não fosse descobrir nunca. Agora, você já pode ir embora...
- Eu vou esperar, preciso falar com Augusto.
- Eu já lhe disse que você não pertence a este mundo e precisa ir embora.
- Mas e se eu não quiser ir?
- Se você não voltar por vontade própria, ela; aponta para uma figura que estava todo o tempo no quarto, irá te levar. Posso garantir que não será muito agradável...
- Pois saiba que já não me importo. Ninguém me impedirá de ser feliz.
- Você não entende que só há um modo de você ser feliz... É esquecendo Augusto!
Carolina grita: - Não! Você está mentindo pra mim. Você é falsa! Está querendo se ver livre de mim, somente para ficar com Augusto.
- Você pensa que poderá ficar para sempre nessa indecisão. Ou você resolve voltar para o seu lugar, ou então, siga o destino que escolheu.
- Meu lugar é junto de Augusto. Esse é o destino que escolhi, e ninguém poderá ficar entre nós.
- Mas como você é teimosa... (Apanhando o livro) Você não leu isso até o final. Lá está escrito... "Valerie entra na igreja, Augusto a espera no altar. Ela entra deixando para trás tudo o que a impedia de ser feliz ao lado de seu amado." Você não leu? No fim Augusto fica comigo e não com você.
- Eu sei, você não precisa me dizer isso, mas eu não posso desistir, ninguém pode me impedir de tentar. Se eu desistir agora pode significar que eu tenha morrido, e mais nada terá valor algum para mim.
- É exatamente o contrário. Se desistir você viverá, e poderá ir embora daqui.
- Mentira. Você é igual ao Rodrigo, só pensa em si mesma. (Avança para Valerie.)
- Vamos, continue, o que aconteceu? Perdeu a coragem de repente?
- Eu não consigo...
- Viu só, tudo que lhe disse é verdade, você não é daqui. tem que ir embora.
- Não posso!
- Não pode? Não pode mesmo, ou não tem coragem?
- Não posso.
- Você tem medo da sua vida, e agora quer viver a minha, porque sabe que no final tudo dará certo. Você é covarde.
- Não! Não sou covarde, e nem tenho medo da minha vida. Mas eu tinha um noivo, tinha, porque você o roubou de mim!
- Agora chega, eu cansei de ser tão boazinha assim com você.
- Você nunca foi. A única coisa que você quer é que eu vá embora. Aposto que se você pudesse até me mataria.
- Eu não preciso fazer isso, você já está fazendo, você está se destruindo e tudo por quê? Por causa de um sonho absurdo!
- Não diga isso! Esse é o meu sonho. Não é uma coisa à toa, eu coloquei parte de mim na realização dele, você entende?... Parte de minha alma. (Mudando de tom ) Mas... como eu sou burra! Você não pode entender uma coisa dessa... Você não existe, e como pode ter alma se não existe?
- Você é uma louca!
Carolina grita enfurecida: - Eu não sou louca, não sou! Vocês não irão conseguir me deixar louca! - Desvairada...
- Não, não! Augusto, onde você está?
- Ele não pode lhe ouvir, sabe por quê? Porque assim como eu, ele também não existe.
Carolina fala quase sem voz: - Mentira... mentira sua!
- Nós somos apenas fantasias dessa sua cabeça perturbada. Mas ela, (Aponta para a sombra.) ela não é uma fantasia, ela é real.
- Mentira...
- Você não quer ver o rosto dela? Então pode ver. Valerie vai até a sombra e a traz para perto de
Carolina que, quase sem força para se mover, tenta retirar o véu de seu rosto.
Carolina fica aterrorizada com o que vê.
- Mas ela não tem rosto!
Passado o susto ela tenta retomar o controle da situação: - Não sei onde você quer chegar?
- É simples, essa sombra que te vigia. É ao mesmo tempo passado e futuro, ela já estava aqui quando você chegou e continuará aqui quando você se for.
- Ela não tem rosto, mas, no entanto, sinto como se ela olhasse dentro da alma.
- Todos nós temos os nossos fantasmas, só o que precisamos é aprender a conviver com eles.
- Onde está Augusto?
- Morreu!
- Como?
- Morreu, mas já encontrei outro noivo Você quer ver?
Rodrigo entra no quarto e abraça Valerie.
- Seu noivo é o Rodrigo? Você não pode fazer isso!
- Eu não disse que não seria mais boazinha com você?
- Você não pode casar com Rodrigo.
- Não foi você mesma que disse que eu o havia roubado de você? Além do mais, este não é Rodrigo.
- Como não é? É o mesmo rosto, as mesmas roupas, tudo nele é de Rodrigo!
- Quero dizer que este não é o Rodrigo, isto é, não o que você conhecia.
- Chega! Eu já estou cheia de tanta mentira. Eu não sou louca, Augusto não está morto e este é Rodrigo, meu noivo.
- Você se esqueceu que está no meu mundo? Aqui as coisas acontecem como eu quero.
- Isso não lhe dá o direito de roubar o noivo dos outros.
- Eu roubei? Não é você que vivia sonhando com o dia em que se casaria com Augusto? Quantas vezes você já não se imaginou em meu lugar? Agora chegou a minha vez de ficar em seu lugar.
- Em meu lugar? Como?
- Você não deseja tanto a minha vida? Agora então pode ficar com ela, nós trocaremos de vidas. Eu fico com a sua e você com a minha.
- Eu não quero a sua vida, você é muito má, e sua vida não me interessa.
- Como não, você não queria um casamento igual ao meu? Um vestido igual ao meu? Um noivo igual ao meu?
- Eu não queria um noivo igual ao seu, eu queria o seu. Eu quero me casar com Augusto.
- Pois então, agora eu vou me casar com Rodrigo.
- Mas Rodrigo gosta de mim e não de você.
- Quem sabe?... Ele poderia ter mudado de idéia.
- Impossível! Ele não faria isso!
- Aqui nada é impossível. Vamos embora daqui, meu amor...
Rodrigo e Valerie vão saindo, Carolina tenta impedir.
- Você não pode controlar as pessoas assim.
Valerie olha para ela. - Eu não estou controlando ninguém, Rodrigo está fazendo isso por vontade própria.
- Isso é verdade Rodrigo?
Rodrigo lhe responde friamente: - É.
- Mas você vai me deixar aqui?
- Não sei quem você é, nunca lhe vi antes.
- Nós íamos nos casar, lembra?
- Não, eu vou me casar com ela. - Aponta para Valerie.
- Não é verdade, você era meu noivo. Ela está iludindo você Rodrigo.
- Você deve estar enganada, ninguém está me iludindo, eu vou casar com a mulher que amo.
Valerie olha para Carolina e diz: - Não adianta, ele nunca se lembrará de que um dia foi seu noivo. Você se esqueceu que nós duas mudamos de vida? Agora você já não existe mais Carolina.
- Eu sei o que você quer, você quer me deixar maluca, mas não irá conseguir.
-Talvez sim, ou talvez não, quem sabe... Mas se não acredita em mim veja você mesma.
Entrega o livro à Carolina e sai com Rodrigo.

Continua...
 

21 de julho de 2010

Aventuras de um insólito viajante monoglota

De todos meus sonhos um era o maior e eu jurei não morrer sem antes realizá-lo mesmo se fosse preciso morrer para isso, o sonho de visitar a terra dos meus antepassados a Europa.
Não a Europa inteira, mas os países latinos, quer dizer menos a França, ouvi dizer que os franceses são arrogantes, e também tem as três copas que eles tiraram de nós... Deixa prá lá.
Inesperadamente apareceu a chance de realizar meu sonho dourado. Me enchi de esperanças e me preparei para mais esta viagem.
Devo confessar que nunca aprendi direito os idiomas de meus parentes (bisavós, a maioria deles) um dos motivos é que eles morreram quando eu ainda era jovem e tem outro eles já não falavam quase os idiomas natais.
Mas prá quem fala o português falar outra língua neo-latina é fácil, aqui no Brasil a gente fala um idioma que é Tupiafroluso-brasileiro, e depois ainda temos a bagagem linguística que vem da televisão, com as novelas e locutores de futebol, eu pensei comigo: - Vai ser fácil.
Embarco no vôo direto São Paulo – Milão, no começo vi que não daria certo minha tática de usar nem meu inglês “macarrônico” muito menos todas as expressões que o Benedito Rui Barbosa pôs em suas novelas. Não tive outra alternativa senão usar a linguagem universal a mímica.
Peguei um táxi no aeroporto que me levou até o rio Pó, nota: é na Itália que fica o pó mais úmido do mundo (brincadeirinha). Desci do táxi e o motorista aproveitou e se mandou, devia estar cansado de tentar decifrar meus gestos. Na margem eu encontrei um pintor com um cavalete e um banquinho (coisa normal na Europa).
Me aproximei da criatura e dei um sorriso amigável, ele acenou, tudo bem eu pensei. Logo ele falou para mim: - “Che bella scena.”
- Belissíma! Respondi.
E ele continuou pintando e falou: - “Guardate questo fiume!”
Eu respondi: Eu não usava filme. Minha máquina era digital. E mostrei o meu celular moderno com câmera embutida.
Ele se espantou e perguntou: “Dov'è la tua macchina? Si tratta di un moblie.”
Eu ia explicar que não queria móbile nenhum mas, deixei prá lá. Resolvi sair dali mas ele gritou: “Sta fermo, io dipingere il tuo ritratto!”
Perái, estafermo não, xingar eu sei seu carcamano maledeto. E joguei-o com cavalete e tudo dentro do rio.
Depois desse incidente infeliz eu resolvi deixar a Itália e ir para a Espanha, com o portunhol vai ficar fácil – pensei. Ser vizinho de um argentino por tanto tempo deve servir para alguma coisa afinal. E também é só ter cuidado com certas palavras, lembrar que na rua não se faz “ligación”, que eles molestan um rato, que fica tudo tranquilo.
Ledo engano, a pronúncia argentina é totalmente diferente da espanhola. E eu fui para justamente em Pamplona no meio da festa se San Firmino. Eu estava atravessando a rua e vi uma multidão correndo e gritando: “No te quedes aquí! Salir de la calle ahora!”
Eu a princípio não entendi direito... cair onde, que calha? (na argentina se fala cadje) Mas, quando eu vi um touro enfurecido correndo pra cima de mim, percebi que tinha que sair de lá o mais rápido possível.
Deixei a Espanha prá trás também, é um lugar muito perigoso. Resolvi deixar a terra de meus bisavós para lá e ir até Portugal. Lá pelo menos eles falam o meu idioma.
Quase né! Tirando que lá rabo não é cauda, bicha não é travesti, panelereito não é utencílio de cozinha, rapariga ou puta não é prostituta e se você chamar alguém por você ele quase te bate (lá deve-se usar o tu para perguntas formais ou a desconhecidos) não existe lugar melhor que o Brasil, então cansado, sujo, dolorido e faminto voltei!
Saí do aeroporto no nordeste, eu precisava de férias depois dessa aventura. Aí eu precisava mesmo era comer alguma coisa e vi ao longe uma barraca com um cartaz escrito assim: “Cachorro quente 1 Real.” Pensei: “Deus abençoe o Brasil.”
Fui até lá e me lembrei de uma história que uma amiga russa me contou, ela precisou ir até Moscou para resolver um problema com seu visto de trabalho no Brasil, resolvido isso ela embarcou de volta, lá ela enfrentou um inverno de 50 graus NEGATIVOS, chegou no Rio de Janeiro onde fazia 40 graus, ele estava tão passada por causa do calor que quando achou um sorveteiro pediu logo dois sorvetes, o sorveteiro ficou olhando para ela com cara de quem não tinha entendido nada, quando ela ia protestar reparou que tinha feito o pedido em russo e caiu na gargalhada, repetiu o pedido em português e foi embora.
Mas agora eu ia fazer meu pedido em bom português: - Me dá um cachorro quente! E pensei, agora vou comer um belo pão com salsicha, molho de tomate e batata frita. Não é que me deram um pão com carne moída?
Ainda bem que eu não estava na Coréia do Norte, lá a carne é mesmo de cachorro.

nota – No nordeste cachorro quente de salsicha é Hot-dog.

glossário
Che bella scena – que cena bonita
Guardate – olhe
Fiume – rio
Macchina – pode ser carro
Mobile – telefone celular
Sta fermo – parado, imóvel
Dipingere il tuo ritratto – pintarei o seu retrato
Calle – rua
Ligación – transar (gíria)
Molestar – incomodar
Rato – instante
Rabo – fim
Bicha – fila
Paneleiro – travesti
Rapariga – moça, menina
Puta - pura
 

12 de julho de 2010

A Furia espanhola!

Vencemos!

 A família
 
O Comandante
 
O Mestre
 
O Herói...

...E a Festa

Obrigado aos campeões do mundo!

8 de julho de 2010

O POLVO ALEMÃO

Não é verdade que o molusco não erra uma! Para a tristeza do povo alemão o Polvo acertou de "nolvo" (desculpem eu não resisti).
Eta bicho sabido.
Agora o passe dele vai valorizar. Todo político do mundo vai querer o polvo adivinho para si.
 

Dom Quixote e os Moinhos de vento.

Me desculpem mas o trocadilho é inevitável, no dia 26/06 eu comentei os duelos históricos que aconteceriam na copa deste ano, eu realmente não tinha pensado neste, este que é provavelmente o mais famoso duelo da literatura mundial.
Parece que Cervantes já estava prevendo o futuro.
Parabéns à seleção da Espanha e também ao nosso algoz neste ano a seleção da Holanda. Fiquei triste pelo Brasil, mas estou feliz por ver a minha querida “Fúria” chegando à sua tão sonhada final. No futebol é assim mesmo, só vence quem ganha e só ganha quem joga.
Nessa final estarão as duas seleções que realmente lutaram e levaram à sério a competição, sem lógico tirar o mérito da Alemanha, do Uruguai e por que não de Gana que saiu da copa por inexperiência e não por arrogância.
Ontem e hoje os locutores estavam falando das dificuldades da seleção brasileira, meio que querendo arrumar uma desculpa pelo fracasso e diziam o nome das seleções que tinham vários jogadores com menos de vinte e cinco anos e o Brasil tinha só um. Pois eu faço a comparação agora às 17:22 hs desta quarta que: Melhores jogadores da FIFA, o Brasil tinha um (Kaká), a Argentina tinha um (Messi), Portugal tinha um (Cristiano Ronaldo) e as três saíram na mesma semana, quer dizer menos Portugal quer estava com pressa e foi embora antes.
Agora cabe ao técnico da Espanha o valoroso Vicente del Bosque dizer para seus filhos (já que estão falando na “família del Bosque”) a mesma coisa que o Sancho Pança disse para Dom Quixote: - Eles não são gigantes. São só moinhos de vento.
Fuerza fúria!!!

Nota: Parafraseando o saudoso Enéas: Mi nombre és VERGARA!
 

3 de julho de 2010

Histórias do futebol

O Almeida era uma pessoa simples da pequena cidade de Vilalegre, pequeno município do interior do estado de São Paulo.
O Almeida apesar da sua modéstia tinha um sonho, ser conhecido em sua cidade e região, ele daria qualquer coisa para sair na rua e ser reconhecido pelas pessoas, e ele contava com o futebol para realizar esse sonho.
Um sonho que seria até possível de se realizar se o Almeida não resolvesse ser juiz, juiz não "árbitro de futebol" como ele didaticamente frisava.
Pois é, esse era o Almeida. Ele até que era um bom árbitro, sempre imparcial e rígido quanto as regras do nobre esporte bretão. E a cidade de Vilalegre tinha um time que amargava há mais de vinte anos a sexta divisão do futebol paulista era o famoso "Leão do Noroeste". Diga-se famoso pelo fato de sempre quase conseguir subir de divisão e nunca fazê-lo realmente.
Mas nosso personagem tinha outro sonho além de ser famoso, o coração do Almeida batia mais forte quando ele encontrava na rua a Arminta, uma moça muito recatada, tímida e dona de uma beleza que era maior que qualquer tesouro que pudesse existir na face da terra.
O único impecílio para Almeida realizar esse outro sonho de namorar com sua paixão desde a mais tenra idade era o Valter Nei, noivo de Arminta e artilheiro e craque do Grêmio Vilalegrense FC, o já citado famoso "Leão do Noroeste".
Valter Nei que neste ano estava mais afiado ainda na pontaria, e seus gols estavam levando o "Leão do Noroeste" para a tão sonhada ascensão. O jogo que levaria esste fato à realidade seria realizado contra o Buritamense EC, time da vizinha cidade de Buritama.
E o árbitro escolhido para apitar o jogo era justamente o Almeida.
Na véspera do jogo a cidade ficou sabendo que seu herói local "Valter Nei" estava de contrato assinado com um grande time da capital, e logo que o campeonato acabasse ele se mudaria de Vilalegre levando consigo sua noiva que seria promovida para a categoria de esposa.
Esse fato deixou Almeida profundamente triste, ele perderia para sempre sua paixão. Mas ele deixou a tristeza para lá, por enquanto ele devia se concentrar na sua missão no dia seguinte.
A cidade amanheceu toda em festa, uma vez que um empate contra o Buritamense já daria a tão sonhada ascensão ao time da cidade. O jogo transcorreu sem problemas até os quarenta e três minutos do segundo tempo e o placar estava em zero a zero, resultado que classificava o "Leão do Noroeste". O Almeida estava mais rigoroso do que nunca.
Mas o destino quis dar sua ajuda, o atacante do Buritamense recebeu uma entrada violenta do zagueiro do Vilalegrense perto da área, mas o Almeida marcou a penalidade máxima. A torcida ficou calada, ainda mais quando o mesmo atacante marcou o gol. O resultado classificava o Buritamense.
Valter Nei pegou a bola e chamou para si a responsabilidade, o Almeida avisou que faltava um minuto e meio para ele encerrar a partida.
Valter Nei combinou com Pedro Caroço a jogada que fariam, essa jogada era mortal e muitos dos gols de Valter Nei surgiram dela. Era a única chance que eles tinham para empatar o jogo e novamente garantir a classificação.
O Almeita apitou, rolaram a bola para Pedro Caroço que enfiou a bola para Valter Nei que já estava quase de frente ao goleiro, ele deu um chute sem deixar a bola bater no chão, um verdadeiro foguete, a bola bateu no travessão depois bateu dentro do gol e saiu vindo parar no pé do zagueiro do Buritamense que tratou de mandá-la para fora do estádio.
Todo mundo viu que foi gol, o goleiro viu que foi gol, Valter Nei viu que foi gol, até o pipoqueiro que estava na arquibancada viu que foi gol, mas o Almeida não viu...
No momento em que Valter Nei chutou a bola, Almeida estava olhando para Arminta que estava assistindo o jogo. Almeida não estava vendo mais nada além de Arminta, e quando ele saiu de seu transe amoroso ele viu a bola indo em direção ao zagueiro e este a isolando.
Então Almeida apitou o fim do jogo e mais uma vez o "Leão do Noroeste" quase subiu de divisão.
Depois de mais esse fiasco, passado a ressaca a vida ia vagarosamente voltando ao normal. Valter Nei se casou com a Arminta e se mudou para a capital. O time de Vilalegre estava se preparando novamente para tentar subir de divisão e o Almeida finalmente realizou seu sonho de ser famoso e ser cumprimentado nas ruas. Não na sua querida Vilalegre de onde ele teve de se mudar depois de ser quase apedrejado pelos raivosos torcedores do "Leão do Noroeste", mas em Buritama onde ele se tornou o herói local. Diz-se nas rodas de fofocas das duas cidades que na verdade o Almeida viu que foi gol mas, quis se vingar do Valter Nei por ele ter-lhe roubado a Arminta.

                                   =-=-=-=-=-=-=

nota: Esta crônica é uma obra de ficção bem como seus personagens e cidades.

 

2 de julho de 2010

ANDA ARACI !!!

nota: Esse texto não é meu (como diz o Suassuna: eu sou um plageador desgraçado!) mas eu o lí há mais de trinta anos atrás, nos livros didáticos que meus tios usavam na escola.

Anda Araci

Um pesquisador dedicou sua vida para provar que as aranhas eram capazes de obedecer a comandos de voz como os cães adestrados. Ele tinha uma aranha de estimação e conseguiu adestrá-la a ponte ele dizer: - Anda Araci! E a aranha andava.
Depois disso ele começou a fazer outras experiências com a pobre da Araci.
Em uma delas ele queria testar a capacidade da aranha caminhar sem uma das pernas. Então ele decepou uma das oito pernas da Araci e falou: - Anda Araci! E a aranha andou.
Ele anotou em um caderninho: "Aranha com sete pernas anda."
Depois decepou outra e repetiu a ordem, ao obter o mesmo resultado ele tornou a anotar no caderninho: "Aranha com seis pernas anda."
E foi sucessivamente "podando" as pernas da aranha e anotando o resultado obtido.
A aranha já estava com uma perna só e o pesquisador repetiu a ordem: - Anda Araci! A aranha fez um tremendo esforço mas conseguiu andar, pouco mas andou.
Aí o pesquisador cortou a última perna do desafortunado aracnídeo.
Feito isso ele disse: - Anda Araci! Mas a aranha (lógico) não se mexeu. Ele repetiu a ordem várias vezes e nada. Então ele anotou em seu caderno:
"A aranha sem pernas fica surda."

Até mais.
 

1 de julho de 2010

O ACIDENTE

Uma mulher e um homem se chocam de frente em um cruzamento, a batida é tão forte, que os carros ficam completamente destroçados.
Mas inacreditavelmente nenhum eles sai ferido.
Depois de sair do carro a mulher diz:
- Ai meu Deus, veja nossos carros!
Não sobrou quase nada deles e nós milagrosamente não tivemos nenhum arranhão. Isso deve ser um sinal de Deus dizendo que nós devíamos nos conhecer, ser amigos, e fazer amor como loucos para o resto de nossas vidas. E o homem vendo a beleza da mulher responde:
- Oh, sim estou de pleno acorde com você, isto foi um sinal de Deus!
E a mulher continua:
- Veja outro milagre, meu carro está completamente destruído, mas esta garrafa de vinho não se quebrou, de certo que Deus quer que nós celebremos nossa sorte bebendo ela.
A mulher dá a garrafa ao homem, ele pega, abre, bebe até a metade e a devolve a ela.
Ela pega a garrafa e imediatamente coloca a rolha e a devolve ao homem.
O homem estranha e pergunta:
- Você não vai beber?
A mulher responde:
-"Não, eu acho melhor esperar a polícia chegar para fazer o teste do bafômetro."
Moral:
AS MULHERES SÃO E SEMPRE SERÃO MAIS ESPERTAS QUE BONITAS!!!
OS HOMENS SÃO E SEMPRE SERÃO, MAIS TARADOS QUE INTELIGENTES!!!