Carolina estava em seu quarto, distraída ela brincava de roda cantarolando como se fosse uma criança: — Dominique, nique, nique, sempre alegre a esperar, alguém que se possa amar... O seu príncipe encantado, seu eterno namorado...
De repente ela pára e olha para suas mãos que estão enfaixadas até os pulsos. Então começa a conversar com uma platéia imaginária: — Minhas mãos já não existem mais... E a maldade que havia nelas acabou.
Olha para baixo e ri: — Mas eu ainda tenho pés, e como é bom poder usá-los para dançar. Começa a cantar e dançar novamente. — ... Alguém que se possa amar... Pára novamente. — Mas eu já tenho alguém, eu amo Rodrigo... e eu preciso das minhas mãos, elas são boas eu sei. As outras podem não ser mas as minhas são e eu não mereço este castigo. Eu só queria poder ter o rosto de Rodrigo entre minhas mãos novamente, e correr os dedos pelos seus cabelos, e talvez me inclinar para receber seu beijo.Faz os gestos beijando um Rodrigo invisível... De repente começa a ouvir risadas pelo quarto.
— Quem está rindo de mim, onde vocês estão... Anda pelo quarto procurando de onde vem as risadas, depois ela diz baixo quase chorando. — Parem... por favor! Eu só queria ser feliz, por acaso é algum crime ser feliz? Além disso você me disse, não disse Rodrigo?... Você disse que se casaria comigo e me faria feliz.
Se recosta em um canto do quarto toda encolhida. — Eu sei que as pessoas mentem, mas o Rodrigo não mentiria para mim. Ele é diferente, meigo, confiável... Ele vai sim se casar comigo e seremos felizes para sempre. Imita a entrada na igreja ouvindo a marcha nupcial.
Continua...
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