15 de fevereiro de 2010

O outro lado do espelho - 2

Em uma roda de amigos Rodrigo bebe e conversa alegremente. — Carolina é até bonitinha, é verdade... agora casar já é outra coisa, além de mais eu nem a amo... Eu não sei de onde ela tirou essa idéia, é uma sonhadora. Vocês acrfeditam que ela quer um casamento igual a um que ela viu não sei onde? Era só o que faltava, casar com uma desequilibrada...
No quarto Carolina continua: — Rodrigo é diferente... ele vai se casar comigo. Eu e Rodrigo... juntos para sempre... (anda imitando a entrada na igreja).
Carolina pára e fala em tom de confidência. — Sabe as pessoas acham que sou louca, (ri) somente porque o meu casamento será como sonhei, um casamento assim... como o de Augusto e Valerie.O que de mal há nisso? As pessoas se casam... (Rindo) Minha mãe quase teve um ataque...
(Imitando a mãe) — Minha filha como se casar? Você ainda é muito criança, e  além do mais mal conheceu esse rapaz.
(Voltando) O que ela ainda não sabe é que eu não vou me casar com Rodrigo, não... Eu vou me casar com... Augusto, é isso! Meu noivo na verdade é Augusto.
É por isso que eu preciso ter minhas mãos de novo, para poder segurar as mãos de Augusto...
Rodrigo entra no quarto. — Carolina, você ainda está vestida assim? Bem que a sua mãe me avisou...
Avisou de quê? Pergunta Carolina, — Do nosso casamento?
— Que casamento Carolina? Eu já não lhe disse mais de um milhão de vezes que eu não vou casar com você? Não vou está me ouvindo?
— Mas você precisa. Augusto precisa se casar com Valerie, eles se amam...
— Mas eu não te amo, entendeu?
— Você não me ama porque eu não tenho mãos não é? Mas elas estão por aqui em algum lugar... (Carolina tenta desatar as mãos) Me ajude a encontrá-las.
— Você não sabe de nada, aliás, nunca soube... Fica vivendo nesse faz-de-conta e não percebe o que está acontecendo à sua volta.
— Olhe os meus pés, eles não são bonitos... Você mesmo disse que eles eram os mais lindos que já tinha visto... Bem que você poderia se apaixonar por eles, sabia? E o melhor é que eles não lhe fariam mal algum...
—Eu não posso me casar com alguém que só vê um homem em sua frente... Como posso me casar com você se você já se casou com esse outro? Me responda, como?
— Casando... Ou você já não me ama mais Augusto?
— Augusto... A culpa é dele! O meu rival, um rival que não existe, que é só um fantasma... pior que isso, é só um nome, um nome sem rosto.
— Me desculpe Rodrigo, é que eu às vezes confundo as coisas, eu nem sei onde eu deixei as minhas mãos.
Rodrigo desata as mãos de Carolina.
— Olha, não é por mal, mas você está realmente precisando de ajuda. E eu acho que ainda não estou preparado para isso.
Continua...
 

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