11 de agosto de 2010

O outro lado do espelho - 8

Valerie morreu! – Diz uma das mulheres olhando nos olhos de Carolina.
– É verdade, eu vi.
Carolina, ainda indecisa fala: – Mas como, se, eles estão ali? Eu posso tocá–los.
Eu estou vendo–os.
– Não pode ser.
– Não são eles.
– Você deve estar vendo coisas que não existem.
Carolina pensativa: – Será? Meu Deus... E se tudo não passar de um sonho.
Logo agora que cheguei tão perto de me encontrar com Augusto? Por quê?
– Tudo não passa de ilusão, você criou esse mundo em você.
– Você acreditou que pudesse ser verdade esse mundo, acreditou que pudesse ser diferente.
– Mas tudo não passa de ilusão.
Carolina percebe a intenção das mulheres: – É verdade, agora estou entendendo nada disso acontece realmente. Ou então...
– Então quê?
– Deixe disso, não dê confiança, senão ela não nos deixará em paz.
– Por que você está dizendo isso?
– Por nada não.
– É continue; então o quê?
– Vocês estão achando que sou maluca, não é?
– Foi você quem disse.
– Eu não acho nada.
– Estão achando sim, mas tudo o que disse é a mais pura verdade, não sei onde estou, vou me casar com Augusto.
– Nós não gostamos de você. Vá embora.
– É isso mesmo, você não é daqui, vá embora!
Valerie vem até onde está Carolina e lhe diz: – Maluca!
Nesse momento as outras duas mulheres ficam com o rosto de Valerie e andam em volta dela dizendo:
– Eu não disse que seria quem quisesse?
– Posso ser mais de uma também.
– Assim posso te atormentar.
– Maluca!
– Esse mundo é meu...
– Vá embora!
– Você já perdeu tudo o que tinha.
– Maluca.
Carolina atormentada, grita. – Parem!...
As três voltam às suas feições. Augusto entra.
– Você veio.
Augusto fala galanteador: – Como poderia deixar de lhe ver.
– Olha hoje está fraco.
– Chega de desculpas, já estou cansado de tanta reclamação. É sempre a mesma história,
– É verdade.
Augusto vendo Carolina pergunta para as duas: – Quem é?
– Ninguém importante, uma louca que apareceu...
Uma das mulheres fala cheia de ciúme: – E ela diz que te conhece.
– Eu nunca a vi por aqui.
Rindo debochada a outra mulher fala: – Mas ela disse que é sua noiva.
– Ora vejam, minha noiva. – Vai até Carolina e pergunta sedutor: – Como é seu nome?
– O meu?
– E de quem mais?
– O meu nome é Carolina.
– Não conheço nenhuma Carolina.
– Não fomos apresentados ainda, mas já o conheço há muito tempo.
– De onde?
Carolina lhe entrega um livro e diz: – Daqui.
Augusto pega o livro e lê algumas linhas aleatoriamente: – Não pode ser. Essa pessoa já não existe mais. Volte de onde você veio. Aqui pode ser perigoso.
– Eu não quero ir embora, quero ficar com você. Quero me casar com você.
– Casar? Mas que idéia. O que faz você pensar que quero me casar com você?
– Achei que você fosse bom.
– Já fui, mas faz muito tempo. Você não imagina o que é ficar preso aqui.
– Você pode voltar a ser o que era antes, ainda há tempo.
– Meu tempo já passou, minha decisão foi tomada, o homem que você conheceu deste livro já não se encontra mais por aqui.

Continua...

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